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Livro - Viver sem cigarro é possível se você souber como
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O fumante é assediado por exércitos de obcecados pela saúde, familiares preocupados, colegas de trabalho - agourentos e chantagistas. São constantemente convidados a se retirar, mesmo sob chuva torrencial ou calor abrasador. Os ex-fumantes encaram quem ainda luta contra a dependência com um sorrisinho irônico. Giacomo Papi, autor de Viver sem cigarro é possível (se você souber como) , ficou sem tocar num cigarro durante seis meses. Estava feliz, mas ao anoitecer se sentia o “conde Drácula”. Então, por fim, teve uma recaída e voltou a fumar por um tempo. Este é o diário dele. A história de seus sofrimentos e descobertas que se referem à vida e aos limites de cada um. Resistir à vontade de fumar significa manter um bom convívio ao lado de pessoas queridas, e preservar o amor e o respeito desses mesmos. No ambiente de trabalho, confere mais simpatia e consideração. Em suma, aos olhos do mundo, um fumante não merece mais carinho ou confiança se ainda precisa acender um cigarro. O autor recorda que até a última década do século XX, fumar havia sido uma atividade social. O fumante convivia com os outros. “Envenenava-os e constrangia-os impunemente, sem que ninguém tivesse a ideia de expulsá-lo a pontapés. Mais tarde, a partir da conscientização sobre os malefícios do fumo, desencadeada nos anos 80 do século passado, ele foi sendo expulso aos poucos do corpo saudável da sociedade. Tratou-se de um exílio seletivo, progressivo e, em última análise, democrático.” Após a leitura do best-seller mundial de Allen Carr sobre como vencer a batalha contra o cigarro, Giacomo decidiu abandonar o vício e, no livro, conta sua experiência desde o primeiro dia sem tabaco, a rotina sem cigarros e a recaída no meio do caminho. Em meio a pontuações históricas, considerações filosóficas, como um diálogo fictício entre o antitabagista Martin Heidegger e o fumante inveterado Jean Paul Sartre, e especulações curiosas, o autor levanta, por exemplo, dados como o cálculo de quantos quilômetros teria um único cigarro que somasse todos os maços fumados durante 25 anos por um fumante que consumisse em média 40 cigarros por dia. Sem descambar para o panfleto apocalíptico e o politicamente correto, Viver sem cigarro é possível (se você souber como) é, antes, um relato ousado contra o medo, sobretudo o de que tudo na vida, além do cigarro, seja um veneno. Serve também como antimanual para uma vida sem proibições e - tomara - sem cigarros.