Este belo vinho de Denominação de Origem regional, elaborado em terras durienses por uma das casas mais tradicionais do Douro, é uma interessantíssima expressão da Syrah. Talvez uma das maiores de Portugal, quiçá de todo o mundo. A safra de 2020 foi marcadamente quente e seca, a começar pelo inverno, que foi o mais quente desde 2005. A estação também registrou mais chuvas do que o habitual. De março a junho, as temperaturas subiram drasticamente e o abrolhamento aconteceu de forma precoce. Já os meses de julho e agosto tiveram um clima menos desafiador, com calor ótimo e também chuva na medida ideal para um grande Syrah. Os frutos que se desenvolveram foram menores, mas concentrados e saborosos. Feito aos moldes dos grandes vinhos do norte do Rhône, leva apenas 3% de Viognier para completar os 97% de Syrah, emprestando toque aveludado, delicadeza e perfume único ao corte. Ele estagiou por 16 meses em carvalho francês e possui um excelente potencial de envelhecimento em garrafa. Em taça, cor rubi intensa. No nariz, uma surpreendente explosão aromática de frutas silvestres como mirtilo e amora, um lindo toque de especiarias, sobressaindo o cardamomo e notas deliciosas de cacau de tosta média. Em boca, é muito gostoso, bem suculento com sabores de fruta preta madura, em especial amoras e mirtilos. Os taninos de textura fina surpreendem para um tinto com 14% de álcool e entregam um vinho sedutor, fresco e elegante. Sugerimos harmonizá-lo com uma tábua de queijos maturados ou um belo pappardelle com ragu de carne temperada com especiarias como noz moscada, por exemplo. HISTÓRIA O Crasto que a Quinta ostenta no nome é uma referência a um vinhedo murado datado do fim do Império Romano, cujas ruínas estão na propriedade do Roquettes. A Quinta é uma das da modernas vinícolas portuguesas e uma verdadeira sensação do Douro. Tomás Roquette, um dos proprietários da Quinta do Crasto, é um desses Douro Boys, e podemos sentir o efeito dessa filosofia ao abrir uma garrafa dos seus vinhos. Em 2010 a Quinta do Crasto foi eleita pela Wine Spectator entre as “3 Melhores Vinícolas do Mundo.”