A filosofia procura pela verdade – mas, até hoje, encontrou apenas um grande número de verdades antagônicas. No século XIX, pensadores como Marx, Nietzsche e Kierkgaard arriscaram uma ruptura radical: eles não criticavam mais as verdades de seus predecessores, mas colocavam suas próprias verdades como uma ordem no mundo. Assim nasceu aquela antifilosofia que, para Boris Groys, personifica a compreensão da verdade na época atual. Seus retratos de grandes antifilósofos apresentam, pela primeira vez, esse pensamento de forma coerente: desde Kierkgaard, Heidegger, até Derrida. Este livro pode ser lido como um tipo especial de história da filosofia – mas também como uma introdução a um pensamento à altura de nosso tempo. A antifilosofia, que começou com Marx e Kierkgaard, não opera através da crítica, mas da ordem. É dada a ordem de mudar o mundo, em vez de explicá-lo. É dada a ordem de tornar-se um animal, em vez de refletir. É dada a ordem de proibir todas as questões filosóficas e silenciar sobre aquilo que não pode ser dito. Todas essas ordens foram dadas para suprimir a filosofia, enquanto fonte derradeira da atitude consumista e crítica, libertando a verdade de sua mercantilização.